quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Liga de Clubes


Quer-se agora criar a ideia de que o Benfica e o Porto se aliaram. Querem, alguns, passar essa mensagem como uma coligação para derrotar o Sporting. Nada de mais errado.

O Sporting auto-excluiu-se de todo e qualquer processo de convergência seja com o Benfica, seja com o Porto seja com a globalidade dos clubes, pelo simples facto de adoptar uma estratégia bélica de guerra em todas as frentes. Essa posição mais extremista, impede, na maior parte das vezes a capacidade de aglutinar e de consensualizar.

A estratégia de Bruno de Carvalho é rapidamente percepcionada por qualquer aluno médio de ciência política: O Objectivo é por os sportinguistas com “sangue na boca” relativamente ao Benfica e ao Porto. Identificar bem os adversários (todos) como forma de união interna, evitando cisões dentro do clube de Alvalade e permitindo a Bruno de Carvalho a perpetuação no poder mesmo que os títulos não apareçam.

Declaração de interesses: Eu até acho que Bruno de Carvalho tem sido um presidente bastante bom para o momento actual do Sporting e acredito que os títulos vão acabar por surgir. Isso vai acontecer quando o Sporting, estiver 2 ou 3 anos seguidos nas competições europeias e começar a conseguir exportar alguns dos seus principais activos permitindo que com regularidade apresente boas equipas. Mais: Se há uns anos atrás (já lá vão muitos) quando o Sporting foi campeão, a estratégia foi contratar a espinha dorsal da Selecção, desta vez o Sporting está a construir a custo zero essa espinha dorsal.

Voltando ao início: A melhor explicação do que deve ser a Liga de Clubes, veio do insuspeito Guilherme Aguiar, conhecido sócio do Futebol Clube do Porto. A Liga de Clubes deve ser um espaço, um cartel, entre todos os clubes, para defenderem aqueles pontos comuns (por poucos que sejam) que interessam a todos. Tem a mesma finalidade que um sindicato, isto é, evitar a atomicidade – cada clube não conseguiria influenciar nada (tirando, eventualmente, os três grandes, especialmente o Benfica) mas juntos têm algum poder de mercado. Os pontos comuns serão necessariamente reduzidos: Organização dos campeonatos regular, direitos televisivos concentrados (?), angariação de patrocinadores para evitar as quotizações dos clubes. Assim, como bem disse, o sócio do Porto, é perfeitamente natural que os 27 clubes se tenham unido, inclusivamente Benfica e Porto. O anormal é quem não se junta. Porque não existe espaço na Liga de Clubes, por natureza, para essa desunião. A realidade é que esse é um espaço de aglutinação.

Fora da Liga, ninguém espere que as hostilidades entre Benfica e Porto, Porto e Sporting, Sporting e Benfica sejam maiores ou menores do que até aqui. São rivais históricos. Quando tento ensinar à minha sobrinha que o Benfica é bom, é evidente que acto contínuo explico que o Sporting e o Porto “não prestam”. As crianças vão sempre crescer com esse sentimento de rivalidade. Que é positivo.

P.S – Embora o texto seja publicado só hoje, escrevi-o na Terça, antes dos jogos da champions. A melhor das sortes para os clubes portugueses.

O Porto creio que vencerá o Atlético Bilbao e dará um passo importante para vencer o grupo.
O Sporting terá grandes dificuldades em pontuar na Alemanha. Mas espero que o consiga.
O Benfica tem que ganhar no Mónaco se tiver pretensões a passar no grupo. Se perder, acho que mesmo a Liga Europa fica muito complicada.

1 comentário:

  1. Bom post! Concordo totalmente com o que escreveste.

    É pena que haja quem não entenda que a decisão foi tomada em conjunto por 27 CLUBES, e que o Benfica deu um contributo muito importante para o futuro do futebol.

    Nós também escrevemos com a mesma opinião -
    http://toalhadoeusebio.blogspot.pt/2014/10/eleicoes-na-liga-e-bruno-de-carvalho.html

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