Quer-se agora criar a ideia de que o Benfica e
o Porto se aliaram. Querem, alguns, passar essa mensagem como uma
coligação para derrotar o Sporting. Nada de mais errado.
O Sporting auto-excluiu-se de todo e qualquer
processo de convergência seja com o Benfica, seja com o Porto seja com a
globalidade dos clubes, pelo simples facto de adoptar uma estratégia
bélica de guerra em todas as frentes. Essa
posição mais extremista, impede, na maior parte das vezes a capacidade
de aglutinar e de consensualizar.
A estratégia de Bruno de Carvalho é
rapidamente percepcionada por qualquer aluno médio de ciência política: O
Objectivo é por os sportinguistas com “sangue na boca” relativamente ao
Benfica e ao Porto. Identificar bem os adversários
(todos) como forma de união interna, evitando cisões dentro do clube de
Alvalade e permitindo a Bruno de Carvalho a perpetuação no poder mesmo
que os títulos não apareçam.
Declaração de interesses: Eu até acho que
Bruno de Carvalho tem sido um presidente bastante bom para o momento
actual do Sporting e acredito que os títulos vão acabar por surgir. Isso
vai acontecer quando o Sporting, estiver 2 ou 3
anos seguidos nas competições europeias e começar a conseguir exportar
alguns dos seus principais activos permitindo que com regularidade
apresente boas equipas. Mais: Se há uns anos atrás (já lá vão muitos)
quando o Sporting foi campeão, a estratégia foi
contratar a espinha dorsal da Selecção, desta vez o Sporting está a
construir a custo zero essa espinha dorsal.
Voltando ao início: A melhor explicação do que
deve ser a Liga de Clubes, veio do insuspeito Guilherme Aguiar,
conhecido sócio do Futebol Clube do Porto. A Liga de Clubes deve ser um
espaço, um cartel, entre todos os clubes, para defenderem
aqueles pontos comuns (por poucos que sejam) que interessam a todos.
Tem a mesma finalidade que um sindicato, isto é, evitar a atomicidade –
cada clube não conseguiria influenciar nada (tirando, eventualmente, os
três grandes, especialmente o Benfica) mas
juntos têm algum poder de mercado. Os pontos comuns serão
necessariamente reduzidos: Organização dos campeonatos regular, direitos
televisivos concentrados (?), angariação de patrocinadores para evitar
as quotizações dos clubes. Assim, como bem disse, o sócio
do Porto, é perfeitamente natural que os 27 clubes se tenham unido,
inclusivamente Benfica e Porto. O anormal é quem não se junta. Porque
não existe espaço na Liga de Clubes, por natureza, para essa desunião. A
realidade é que esse é um espaço de aglutinação.
Fora da Liga, ninguém espere que as
hostilidades entre Benfica e Porto, Porto e Sporting, Sporting e Benfica
sejam maiores ou menores do que até aqui. São rivais históricos. Quando
tento ensinar à minha sobrinha que o Benfica é bom,
é evidente que acto contínuo explico que o Sporting e o Porto “não
prestam”. As crianças vão sempre crescer com esse sentimento de
rivalidade. Que é positivo.
P.S – Embora o texto seja publicado só hoje,
escrevi-o na Terça, antes dos jogos da champions. A melhor das sortes
para os clubes portugueses.
O Porto creio que vencerá o Atlético Bilbao e dará um passo importante para vencer o grupo.
O Sporting terá grandes dificuldades em pontuar na Alemanha. Mas espero que o consiga.
O Benfica tem que ganhar no Mónaco se tiver
pretensões a passar no grupo. Se perder, acho que mesmo a Liga Europa
fica muito complicada.
Bom post! Concordo totalmente com o que escreveste.
ResponderEliminarÉ pena que haja quem não entenda que a decisão foi tomada em conjunto por 27 CLUBES, e que o Benfica deu um contributo muito importante para o futuro do futebol.
Nós também escrevemos com a mesma opinião -
http://toalhadoeusebio.blogspot.pt/2014/10/eleicoes-na-liga-e-bruno-de-carvalho.html