Em primeiro lugar quero agradecer o convite do maestro romeno para contribuir aqui neste blogue de grande fervor Benfiquista. Espero que o meu contributo (que decididamente não terá a elegância e classe daquele cujo nome adopto) possa, no entanto, ser mais entusiasmante do que o Catenaccio.
Porquê Catenaccio? Porque procurarei que estes textos sejam como era/é (?) o Catenaccio: Pragmático.
Nesta introdução, dizer que não entendo o Catenaccio como uma táctica. Mas antes como uma estratégia. A tática, estanque, interessa pouquissimo. É relativamente indiferente utilizar como modelo base um 4-4-2 ou um 4-3-3. O que existe é estratégia de jogo e maior ou menor compreensão e adaptação a cada momento do jogo. O Catenaccio, como o entendo, baseia-se numa linha defensiva profunda, robusta, num jogo com pouca intensidade, que assenta, sobretudo, no contra-ataque. Esse contra-golpe tem de ser mortifero, a taxa de eficácia tem de ser altíssima, para que em cada duas ou três vezes que se chega à baliza adversária, uma, pelo menos, seja golo.
Nos tempos modernos, não temos o Catenaccio "puro", com um líbero, como foi Sammer ou, no início, Mathaus. Como foi o enorme Franco Baresi. Temos equipas montadas, de forma pragmática, estrategicamente defensivas, apostadas no contra golpe.
Os dois melhores exemplos disso, são a selecção grega de 2004 - com um enorme ponta de lança - e o Chelsea campeão europeu com Di Matteo - com outro enorme ponta de lança.
E o desafio para os leitores fica: Será que o esquema montado por Guardiola, no Barcelona, não é muito mais próximo do Catenaccio do que do Futebol Total da escola Holandes?
Escreverei, salvo motivos ponderosos, todas as quintas. Tentarei, sobretudo, lançar a jornada seguinte, refletindo sobre a anterior e eventuais compromissos europeus. Como o texto já vai longo, não devo detalhar tanto. Circunscrevo-me pois, à jornada europeia, deixando de parte a antevisão da 5.ª Jornada, até porque acho que será um bom momento para um primeiro balanço deste campeonato.
O Futebol Clube do Porto, ganhou, implacavelmente ante o Bate Borisov, confirmando o seu estatuto de favorito à vitória no Grupo e, pelo menos, mostrando credenciais para chegar aos oito melhores da prova. O Porto precisa muito dessa afirmação europeia, precisa também dos milhões da Champions para reequilibrar os cofres. Com a imensidão de opções que tem à sua disposição, Lopetegui pode gerir o plantel de forma relativamente despreocupada pois tem soluções suficientes para lutar em todas as frentes.
Sporting, continua a exibir enormes fragilidades, como seria de esperar. A dupla de centrais é fraquissima, e como tive oportunidade de antever, noutras casas, a saída de Rojo era bem mais decisiva do que a entrada de Nani. Acresce um William Carvalho, com menor qualidade e eventualmente mais desmotivado e um plantel relativamente curto e inexperiente para estas andanças. Sendo, o melhor para o Sporting, chegar aos oitavos de final (receita importante + prestígio + redução de desgaste de uma jornada europeia mais longa na Liga Europa), o suboptimo pode passar pela eliminação. Acho que se o Sporting se aventurar muito pela Liga Europa, o lugar no pódio, no campeonato nacional ficará extraordinariamente dificil.
O nosso Glorioso, perdeu com o Zenit num jogo atípico. É um discurso feito, mas acredito que perdendo o jogo, se ganhou, claramente, uma equipa, uma alma. Foi fantástica a demonstração de apoio dos adeptos e a confiança nesta equipa em remodelação. O Benfica, tem um plantel com menos opções que o ano passado, e Jorge Jesus é colocado numa posição difícil: Tirar Lima e por Derley é difícil. Tirar Gaitán e colocar Ola John é doloroso. Mas tem, para mim, aquele que é, provavelmente, o melhor treinador do mundo. E mantem, 13 ou 14 jogadores com qualidade para lutar pelo campeonato e outras provas domésticas. O Ideal para o Benfica seria uma passagem aos oitavos da champions. Uma epopeia desenfreada na Liga Europa, diferentemente do que sucederia com o Porto, pode ter efeitos ruinosos no campeonato.
Veremos! Até Quinta.
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